Conheça Mariana em Minas Gerais – Roteiro pelo Centro histórico.

sem-tituloPor Mariana Piana

Primeira Vila, Primeira Cidade e Primeira Capital de Minas Gerias. Assim como seus grandes títulos a cidade de Mariana guarda grandes tesouros dos Séc XVII e XVIII e é um destino certeiro para quem quer conhecer as cidades históricas de Minas, principalmente para quem aprecia arquitetura, arte, música e principalmente a história brasileira.

Mariana fica coladinha com Ouro Preto, apenas 12 km as separam. Foi tombada em 1945 como Monumento Nacional e na cidade nasceram personagens representativos da cultura brasileira. Entre eles estão o Frei Santa Rita Durão, autor do poema “Caramuru”, o poeta e inconfidente Cláudio Manuel da Costa e o pintor sacro Manuel da Costa Ataíde.

Um dia na cidade é suficiente para conhecer bem o lugar e seus encantos. A cidade é pequena e seu centro histórico esta basicamente concentrado em um quarteirão.

No dia que estive na cidade contratei um guia local (nascido e morador da cidade) chamado Lourival (31)8015-5232 e super recomendo (você paga quanto achar justo). Ele ficou conosco por aproximadamente 2 horas e nos mostrou a melhor rota pela cidade, conforme figura abaixo, sempre nos dando detalhes das construções e ótimas dicas:

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Rota pelo centro histórico de Mariana/MG

A) Começamos o nosso tour pela cidade pela Câmara Municipal de Mariana que fica na principal praça da cidade, a Praça Minas Gerais. Conhecemos por dentro da Câmara que hoje abriga a atual Câmara dos Vereadores da cidade, porém já teve outras funções. Foi construído entre 1768 e 1798 em pedra e alvenaria (raro na época) para abrigar a Casa de Câmara e a Cadeia, já funcionou como senzala e local de fundição de ouro, além de primeira sede do governo de Minas Gerais. De dentro da Câmara você tem a foto mais característica da Cidade, as igrejas do Carmo e de São Francisco de Assis, dois belíssimos templos barrocos inaugurados ao final do século XVIII.

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Câmara Municipal de Mariana – MG
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Dentro da Câmara existem quadros da Família Real Portuguesa. Estes são do Rei Lusitano D. João V e da sua esposa Maria Ana D’Austria cujo nome deu origem ao nome da cidade de Mariana.

B) Em frente a Câmara Municipal fica a Igreja de São Francisco de Assis onde um dos principais atrativos é a sepultura de Manoel da Costa Athaíde, importante pintor do período colonial brasileiro nascido em Mariana. O templo, de 1794, abriga ainda algumas obras do artista, como as pinturas da nave e da sacristia. Outros destaques são o medalhão da portada de pedra-sabão e os relicários do altar, feitos por Aleijadinho. A Igreja estava fechada no dia, inclusive sem data de abertura. O estado de conservação, infelizmente, não é bom.

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Igreja São Francisco de Assis da ordem dos Franciscanos

C) Ao lado visitamos a Igreja do Carmo, da ordem das Carmelitas. Teve sua construção iniciada em 1784. Destaca-se das outras igrejas da cidade pela fachada, com florões na portada e torres cilíndricas. Em 20 de janeiro de 1999, um incêndio destruiu todos os elementos em madeira da nave principal. Várias imagens dos séculos XVII e XVIII e a pintura do teto foram também consumidas pelo fogo. Visitamos a igreja e logo começou uma missa, estava lotada!

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Igreja Nossa Senhora do Carmo da ordem das Carmelitas

D) Bem Pertinho da Igreja do Carmo fica a Praça Carlos Freire e o Chafariz São Francisco, que foi construído originalmente no alto da Ladeira de São Gonçalo, em cantaria de pedra, por José Pereira Arouca, sob encomenda da Câmara Municipal. Transplantado em 1801, visava abastecer de água potável os moradores da região. A Praça Carlos Freire tem o nome em homenagem ao médico e político Gomes Henrique Freire de Andrade, que nasceu em Mariana em 1865. Chamou-se Largo da Cavalhada e Largo do Rocio em razão do bebedouro para cavalos implantado em 1747, até hoje existente.

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E) Museu de Arte Sacra – A construção é do século XVIII, é tipicamente colonial em alvenaria de pedra e foi assinada por José Pereira Arouca. Tem um caráter acentuadamente português, comparável aos solares de Braga. Possui aproximadamente de duas mil peças e  é considerado um dos mais completos museus sacros do Brasil. Possui mobiliário raro, imagens portuguesas, trabalhos em pedra sabão e jacarandá, pinturas de Atayde, paramentos riquíssimos, louças chinesas, jarras de porcelana, alfaias de ouro e prata, objetos dos antigos Bispos, imagens raríssimas e ambientes completos do século XVIII.

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F) Praticamente ao lado do Museu fica a Catedral da Sé (1709 a 1750).  Um dos mais belos monumentos religiosos do Brasil Colonial e mais antiga Matriz da cidade. Teve participação de por dois grandes nomes da arte barroca: José Pereira Arouca e Manoel Francisco Lisboa (o pai de Aleijadinho). Existe uma tela do pintor Atayde e se precebe a presença de Aleijadinho em diversos detalhes. No altar-mor, a imagem de Nossa Senhora do Carmo, com o manto português bordado a ouro .Além disso, a Catedral da Sé de Mariana guarda um tesouro da música: um órgão construído por Arp Schnitger (1648-1719) na primeira década do século XVIII em Hamburgo, Alemanha. Schnitger é considerado um dos maiores construtores de órgãos que existiu e este exemplar é o único  da manufatura Schnitger que se encontra fora da Europa. Estava fechado no dia para visitação (em reforma).

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G) Praça da Sé – Em 1747 a área em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição transformou-se em Largo da Matriz. O Largo chegou a abrigar um cemitério, que logo transferido para o adro da Capela São Gonçalo. Tem hoje a denominação oficial de Praça Cláudio Manoel da Costa em homenagem ao poeta e inconfidente nascido em Mariana.

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H) Ao lado da Catedral a Rua Direita, que é a segunda rua mais antiga da cidade de Mariana, e possui importantes construções coloniais e bem preservadas da cidade. Nesta rua fica a Casa do Barão de Pontal, ex-governador de Minas, a Casa Setecentista, em estilo colonial do século XVIII e XIX e a casa que pertenceu ao poeta Alphonsus de Guimarães.

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I) Ainda na Rua Direita você pode visitar o Centro de Atenção ao Turismo (CAT), onde restauradores estavam trabalhando em peças antigas.

J) Praça Minas Gerais e o Pelourinho –  Por volta de 1760 se iniciaram as obras das três edificações que compõem o conjunto arquitetônico da praça conhecida, atualmente, como Minas Gerais: a Casa de Câmara e Cadeia, a Igreja de São Francisco e a Igreja do Carmo.

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Este roteiro fizemos com calma em 3 ou 4 horas. Mas você pode conhecer outras atrações da cidade como a Mina de Passagem, que atualmente é a maior mina ainda existente para visitação no mundo, localizada perto do centro de Mariana, na área do Quadrilátero Ferrífero, que abriga cerca de 7.200 km² de extensão.

Mariana tem um astral delicioso, as pessoas são atenciosas e tudo flui com facilidade e calma. Tudo isso juntamente com toda a história da cidade faz da “primeira de Minas” um dos municípios mais importantes do Circuito do Ouro, da Trilha dos Inconfidentes e do Circuito Estrada Real. Uma cidade tombada em 1945 como Monumento Nacional e repleta de riquezas do período em que começou a ser traçada a história de Minas Gerais.

VIVA MARIANA!

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